"Depois da tempestade, vem sempre a bonança", diz representante de Angola

O representante de Angola no Conselho das Comunidades Portuguesas reconheceu hoje que as relações com Portugal estão "a viver um período menos bom", mas antecipou que "depois da tempestade, vem sempre a bonança".
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O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, considerou hoje que "o clima político atual" entre Portugal e Angola "não aconselha à construção da parceria estratégica" entre os dois países, que se previa pudesse ser formalizada na cimeira bilateral agendada para fevereiro do próximo ano.

"Só com Portugal, as coisas não estão bem. Têm surgido incompreensões ao nível da cúpula e o clima político atual, reinante nessa relação, não aconselha à construção da parceria estratégica antes anunciada", declarou José Eduardo dos Santos, no seu discurso sobre o estado da nação, na Assembleia Nacional de Angola.

Em declarações à agência Lusa, a partir de Luanda, o conselheiro Joaquim Torres Rodrigues afirmou ter a "certeza" de que o clima de tensão "vai ser ultrapassado, com o respeito que a situação exige e como sempre tem acontecido".

Recordando os "laços históricos", de amizade e cooperação, entre Portugal e Angola, o conselheiro está confiante: "Isto é apenas uma tempestade e, depois da tempestade, vem sempre a bonança."

A "tempestade" é o resultado de "coisas que se falam" nos dois países -- "o Jornal de Angola põe umas coisas que Portugal não gosta, Portugal depois diz outras coisas que Angola não gosta e andamos assim" -, mas "é ultrapassável", afiançou.

As comunidades portuguesas em Angola não serão afetadas por este momento "menos bom", produto exclusivo das "relações a nível de Estado-Estado", acredita. "Não vamos estar agora a meter tudo no mesmo sítio, não tem nada a ver uma coisa com outra", distinguiu.

As declarações do Presidente angolano já suscitaram a reação das autoridades portuguesas, com o Governo a manifestar surpresa e a reiterar a importância e o "alcance estratégico" que tem atribuído ao relacionamento bilateral.

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